22/08 – São, em sua maioria, microempreendedores e empreendedores individuais que buscam juros menores, menos burocracia e muitas vezes têm dificuldade de separar a contabilidade pessoal dos negócios da empresa.
As cooperativas de crédito são formadas por uma sociedades de pessoas, sem fins lucrativos e fiscalizadas pelo BC. Cobram juros mensais que variam de 1% a 6%.
Os dados constam de uma pesquisa com 235 das 495 cooperativas de crédito existentes no país, feita pelo Sebrae em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e o BC. Serão apresentados hoje durante o 9º Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito.
Segundo técnicos do setor, é necessário reforçar a educação financeira na busca do crédito para evitar que os empresários corram riscos ao contrair empréstimos como pessoa física e usá-los como pessoa jurídica.
Expor o patrimônio
Um dos riscos é, por exemplo, colocar o patrimônio pessoal como garantia do empréstimo para a empresa.
Seis em cada dez empresas que fecham as portas perdem recursos e parte dos empreendedores não consegue recuperar o investimento, segundo dados do Sebrae SP.
“É preciso facilitar ainda mais o acesso ao crédito, um dos maiores obstáculos ao crescimento dos pequenos negócios no país. As cooperativas pesquisadas atendem em média 7.638 cooperados. Dois terços deles são micro e pequenas empresas, empreendedores individuais, produtores rurais e profissionais liberais”, diz Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do
Sebrae nacional.
Em sua opinião, obter empréstimo como pessoa física e usá-lo como pessoa jurídica abre uma discussão sobre a necessidade de criar produtos e serviços mais adequados a pequenas empresas.
O empresário Walter Wolmeister, sócio de uma empresa de terraplanagem do sul do país, diz que os juros na cooperativa de crédito em que participa são, em média, 20% a 30% menores do que os do mercado, razão que o leva a participar da Sicredi Pioneira RS, a primeira cooperativa de crédito do Brasil.
Sérgio Luiz Viott, presidente da Credlojista (Cooperativa de Crédito dos Lojistas do Distrito Federal), diz que há espaço para criar novos serviços e atrair associados para as cooperativas. “Nosso setor ainda recorre aos bancos. Mas, com taxas melhores, pode optar pela cooperativa.”
Fonte: Folha de S.Paulo